segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Mais Literatura

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  • Conheça a poesia de Vinicius de Moraes em "Antologia Poética"; ouça o podcast

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  • Crítica social é foco de "O Cortiço", de Aluísio Azevedo; confira o podcast

  • Entenda a picaretagem em "Memórias de um Sargento de Milícias"; ouça podcast

  • Sátira e julgamento moral marcam o "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente; ouça podcast

  • Uma grande história de amor é tema de "Iracema", de José de Alencar, ouça podcast

  • Aluísio Azevedo

  • Eça de Queirós

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  • Vinicius de Moraes

  • Os Sertões na literatura brasileira

  • Modernismo

  • Realismo

  • Naturalismo

  • Romantismo

  • Análise de A Cidade e as Serras

  • Aprenda a identificar as figuras do barroco literário

  • Modernismo traz renovação à poesia

  • Machado de Assis desvenda natureza humana

  • Machado de Assis utiliza-se do conto psicológico

  • Narrativa romântica pode camuflar a verdade

  • Veja dicas sobre autores e movimentos literários

  • Olavo Bilac é um dos expoentes do Parnasianismo

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  • "Os Sertões" desvenda a Guerra de Canudos

  • Obras ajudam a entender Canudos

  • Conheça a biografia de algumas personalidades
  • Poema Coca cola

    Poema Coca Cola

    Tendências da Literatura contemporânea

    Introdução 
    O concretismo foi um movimento vanguardista que ocorreu nas artes plásticas, na música e na poesia. Surgiu na Europa, na década de 1950, e teve seu auge até a década de 1960. Os artistas precursores deste movimento foram: Max Bill (artes plásticas), Pierre Schaeffer (música) e Vladimir Mayakovsky (poesia).

    Características principais do Concretismo:

    - Elaboração artística em busca da forma precisa;
    - Ênfase na racionalidade, no raciocínio e na ciência;
    - Uso de figuras abstratas nas artes plásticas.
    - União entra a forma e o conteúdo na obra de arte;
    - Na literatura, os poetas concretistas buscavam utilizar efeitos gráficos, aproximando a poesia da linguagem do design;
    - Envolvimento com temas sociais (a partir da década de 1960);

    Concretismo no Brasil

    Na literatura brasileira, destacou-se Noigandres (revista fundada em 1952) que ra formado pelos poetas Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos entre outros.

    Algumas obras da literatura concretista brasileira:

    - Teoria da Poesia Concreta de Décio Pignatari (1965)
    - Poetamenos (1953) e Pop-cretos (1964) de Augusto de Campos
    - Galáxias (1963) de Haroldo de Campos 

    quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

    Tropicalista

    três trópicos da tropicália

    Tropicália

    Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.
    Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica.
    Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional.
    “eu organizo o movimento. eu oriento o carnaval
    Caetano Veloso

    Seguindo a melhor das tradições dos grandes compositores da Bossa Nova e incorporando novas informações e referências de seu tempo, o Tropicalismo renovou radicalmente a letra de música. Letristas e poetas, Torquato Neto e Capinan compuseram com Gilberto Gil e Caetano Veloso trabalhos cuja complexidade e qualidade foram marcantes para diferentes gerações. Os diálogos com obras literárias como as de Oswald de Andrade ou dos poetas concretistas elevaram algumas composições tropicalistas ao status de poesia. Suas canções compunham um quadro crítico e complexo do País – uma conjunção do Brasil arcaico e suas tradições, do Brasil moderno e sua cultura de massa e até de um Brasil futurista, com astronautas e discos voadores. Elas sofisticaram o repertório de nossa música popular, instaurando em discos comerciais procedimentos e questões até então associados apenas ao campo das vanguardas conceituais.
    Sincrético e inovador, aberto e incorporador, o Tropicalismo misturou rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais baião. Sua atuação quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no País. Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época.
    Discos antológicos foram produzidos, como a obra coletiva Tropicália ou Panis et Circensis e os primeiros discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Enquanto Caetano entra em estúdio ao lado dos maestros Júlio Medaglia e Damiano Cozzela, Gil grava seu disco com os arranjos de

    Rogério Duprat e da banda os Mutantes. Nesses discos, se registrariam vários clássicos, como as canções-manifesto “Tropicália” (Caetano) e “Geléia Geral” (Gil e Torquato). A televisão foi outro meio fundamental de atuação do grupo – principalmente os festivais de música popular da época. A eclosão do movimento deu-se com as ruidosas apresentações, em arranjos eletrificados, da marcha “Alegria, alegria”, de Caetano, e da cantiga de capoeira “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967.
    Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário. A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas.
    O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.
    0 comentáriosSincrético e inovador, aberto e incorporador, o Tropicalismo misturou rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais baião. Sua atuação quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no País. Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época.

    sábado, 22 de janeiro de 2011

    Obras do Rubem

    Bibliografia:
    CRÔNICAS:
    - O Conde e o Passarinho, 1936 
    - O Morro do Isolamento, 1944
    - Com a FEB na Itália, 1945
    - Um Pé de Milho, 1948
    - O Homem Rouco, 1949
    - 50 Crônicas Escolhidas, 1951
    - Três Primitivos, 1954
    - A Borboleta Amarela, 1955
    - A Cidade e a Roça, 1957
    - 100 Crônicas Escolhidas, 1958
    - Ai de ti, Copacabana, 1960
    - O Conde e o Passarinho e O Morro do Isolamento, 1961
    - Crônicas de Guerra - Com a FEB na Itália, 1964
    - A Cidade e a Roça e Três Primitivos, 1964
    - A Traição das Elegantes, 1967
    - As Boas Coisas da Vida, 1988
    - O Verão e as Mulheres, 1990
    - 200 Crônicas Escolhidas
    - Casa dos Braga: Memória de Infância (destinado ao público juvenil)
    - 1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma fada no front), 2002
    - Histórias do Homem Rouco
    - Os melhores contos de Rubem Braga (seleção Davi Arrigucci)
    - O Menino e o Tuim
    - Recado de Primavera
    - Um Cartão de Paris
    - Pequena Antologia do Braga
    ROMANCES:
    - Casa do Braga
    ADAPTAÇÕES:
    - O Livro de Ouro dos Contos Russos

    - Os Melhores Poemas de Casimiro de Abreu (Seleção e Prefácio)

    - Coleção Reencontro Audiolivro - Cirano de Bergerac - Edmond Rostand

    - Coleção Reencontro: As Aventuras Prodigiosas de Tartarin de Tarascon Alphonse Daudet

    - Coleção Reencontro: Os Lusíadas - Luis de Camões (com Edson Braga)
    TRADUÇÃO:
    Antoine de Saint-Exupéry - Terra dos Homens.
    SOBRE O AUTOR:
    - Na Cobertura de Rubem Braga - João Castello
    - Rubem Braga - Jorge de Sá
    - Rubem Braga - Um cigano fazendeiro do ar - Marco Antonio de Carvalho

    Visite a casa do autor em www.overmundo.com.br/guia/casa-dos-braga
    No volume publicado, também de crônicas, "As Coisas Boas da Vida", em 1988, Rubem Braga enumera, no texto que dá título ao livro "as dez coisas que fazem a vida valer a pena". A última delas: "Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte — o assim chamado descanso eterno".

    Braga

    Na noite de segunda-feira, 17 de dezembro de 1990, o escritor Rubem Braga reuniu um pequeno grupo de amigos, cada vez mais selecionados por ele, na sua cobertura em Ipanema. Foi uma visita silenciosa, mas claramente subentendida pelos amigos Moacyr Werneck de Castro, Otto Lara Resende e Edvaldo Pacote. Às 23h30 da noite de quarta-feira, sedado num quarto do Hospital Samaritano, Rubem Braga morreu, sozinho como desejara e pedira aos amigos.
    A causa da morte foi uma parada respiratória em conseqüência de um tumor na laringe que ele preferiu não operar nem tratar quimicamente.
    Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, a 12 de janeiro de 1913. Iniciou seus estudos naquela cidade, porém, quando fazia o ginásio, revoltou-se com um professor de matemática que o chamou de burro e pediu ao pai para sair da escola. Sua família o enviou para Niterói, onde moravam alguns parentes, para estudar no Colégio Salesiano. Iniciou a faculdade de Direito no Rio de Janeiro, mas se formou em Belo Horizonte, MG, em 1932, depois de ter participado, como repórter dos Diários Associados, da cobertura da Revolução Constitucionalista, em Minas Gerais — no front da Mantiqueira conheceu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Adhemar de Barros.
    Na capital mineira se casou, em 1936, com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou, mãe de seu único filho Roberto Braga.
    Foi correspondente de guerra do Diário Carioca na Itália, onde escreveu o livro "Com a FEB na Itália", em 1945, sendo que lá fez amizade com Joel Silveira. De volta ao Brasil morou em Recife, Porto Alegre e São Paulo, antes de se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro, primeiro numa pensão do Catete, onde foi companheiro de Graciliano Ramos; depois, numa casa no Posto Seis, em Copacabana, e por fim num apartamento na Rua Barão da Torre, em Ipanema.
    Sua vida no Brasil, no Estado Novo, não foi mais fácil do que a dos tempos de guerra. Foi preso algumas vezes, e em diversas ocasiões andou se escondendo da repressão.
    Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936, quando o autor tinha 22 anos, pela Editora José Olympio. Na crônica-título, escreveu: "A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde." De fato, quase tanto como pelos seus livros, o cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Como escritor, Rubem Braga teve a característica singular de ser o único autor nacional de primeira linha a se tornar célebre exclusivamente através da crônica, um gênero que não é recomendável a quem almeja a posteridade. Certa vez, solicitado pelo amigo Fernando Sabino a fazer uma descrição de si mesmo, declarou: "Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento." 
    Foi com Fernando Sabino e Otto Lara Resende que Rubem Braga fundou, em 1968, a editora Sabiá, responsável pelo lançamento no Brasil de escritores como Gabriel Garcia Márquez, Pablo Neruda e Jorge Luis Borges.
    Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos textos de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."
    A chave para entendermos a popularidade de sua obra, toda ela composta de volumes de crônicas sucessivamente esgotados, foi dada pelo próprio escritor: ele gostava de declarar que um dos versos mais bonitos de Camões ("A grande dor das coisas que passaram") fora escrito apenas com palavras corriqueiras do idioma. Da mesma forma, suas crônicas eram marcadas pela linguagem coloquial e pelas temáticas simples.
    Como jornalista, Braga exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revistas do Rio, de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Foi correspondente de "O Globo" em Paris, em 1947, e do "Correio da Manhã" em 1950. Amigo de Café Filho (vice-presidente e depois presidente do Brasil) foi nomeado Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile, em 1953. Em 1961, com os amigos Jânio Quadros na Presidência e Affonso Arinos no Itamaraty, tornou-se Embaixador do Brasil no Marrocos. Mas Braga nunca se afastou do jornalismo. Fez reportagens sobre assuntos culturais, econômicos e políticos na Argentina, nos Estados Unidos, em Cuba, e em outros países. Quando faleceu, era funcionário da TV Globo. Seu amigo Edvaldo Pacote, que o levou para lá, disse: "O Rubem era um turrão, com uma veia extraordinária de humor. Uma pessoa fechada, ao mesmo tempo poeta e poético. Era preciso ser muito seu amigo para que ele entreabrisse uma porta de sua alma. Ele só era menos contido com as mulheres. Quando não estava apaixonado por uma em particular, estava apaixonado por todas. Eu o levei para a Globo... Ele escrevia todos os textos que exigiam mais sensibilidade e qualidade, e fazia isto mantendo um grande apelo popular."

    Rubem Braga

    "Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na
    porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem
    para não me deixar entrar, ele ficará indeciso
    quando eu lhe disser em voz baixa:
    "Eu sou lá de Cachoeiro..."


    Rubem Braga

    segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

    Entrevista com Clarice Lispector -TV Cultura-1977 Parte 2

    A Descoberta do amor

    A descoberta do amor
           “[...] Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.
    Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. [...] Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como uma mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde, tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.
           Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o amor. [...] Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é por pudor apenas feminino.
    Pois juro que a vida é bonita.”

    Clarice por Clarice

    Ao mesmo tempo que ousava desvelar as profundezas de sua alma em seus escritos, Clarice Lispector costumava evitar declarações excessivamente íntimas nas entrevistas que concedia, tendo afirmado mais de uma vez que jamais escreveria uma autobiografia. Contudo, nas crônicas que publicou no Jornal do Brasil entre 1967 e 1973, deixou escapar de tempos em tempos confissões que, devidamente pinçadas, permitem compor um auto-retrato bastante acurado, ainda que parcial. Isto porque Clarice por inteiro só os verdadeiramente íntimos conheceram e, ainda assim, com detalhes ciosamente protegidos por zonas de sombra. A verdade é que a escritora, que reconhecia com espanto ser um mistério para si mesma, continuará sendo um mistério para seus admiradores, ainda que os textos confessionais aqui coligidos possibilitem reveladores vislumbres de sua densa personalidade.